Para a jornalista Sônia Araripe, apenas recentemente as práticas sustentáveis entraram de forma mais consistente na agenda das empresas brasileiras. Com experiência em consultoria, Sônia tem percebido que os debates sobre o tema estão cada vez mais em pauta nas organizações. "O pensamento sobre sustentabilidade ainda é muito novo. Algumas companhias estão fazendo mais do que outras. Isso é parte de um processo", disse a editora de Plurale em revista.
A nova edição da publicação, de numero 33, especializada em sustentabilidade, já está no ar, trazendo reportagens e entrevistas sobre diversos temas ligados ao meio ambiente. Um dos destaques é uma reflexão sobre os benefícios da gestão ambiental corporativa, escrita por Carla Martins, consultora jurídico-ambiental.
"Empresas sustentáveis fornecem produtos e serviços com mais qualidade, evitam fraudes documentais, atendem com mais segurança às normas legais e, assim, participam de um círculo virtuoso cujo benefício toda a sociedade colherá", disse a autora do livro 'Meio Ambiente Espacial - Com enfoque Jurídico' (Letras Jurídicas, 2011). Para Carla, não há mais espaço para o ativismo de escritório e o conhecimento ambiental deve ser interiorizado por todos os colaboradores.
Sônia Araripe explica que uma comunicação alinhada ao planejamento estratégico da organização é essencial para que funcionários absorvam esses conceitos em seu cotidiano. Para a jornalista, a sustentabilidade tem que estar no plano de ação da empresa. "Sabemos que a comunicação faz a diferença.É essencial, porém sozinha não resolve nada. Além disso, todos os níveis hierárquicos devem participar e abraçar as práticas sustentáveis. Sem essa união, pode ter certeza que não haverá resultado. É preciso fazer de forma consistente", disse. Com uma sociedade cada vez mais exigente e clamando por transparência, não adianta falar e não praticar. "Não há mais espaço para greenwashing, é um retrocesso aceitar uma comunicação da boca para fora".
O jornalista André Trigueiro também contribuiu com a nova edição. O apresentador da Rede Globo comentou o fechamento da editoria de meio ambiente do 'The New York Times'. O anúncio foi feito após a organização The Daily Climate ter divulgado que o jornal norte-americano foi o que mais se destacou nesse tipo de cobertura nos Estados Unidos. O editor do NYT alegou que a mudança se deu por questões estruturais. "Precisamos ter pessoas que possam cobrir os diferentes lados dessa pauta", declarou Dean Baquet.
"O principal risco de uma editoria de meio ambiente é formalizar uma espécie de gueto verde e desconfigurar o caráter multidisciplinar dos assuntos ambientais", disse Trigueiro. Felizmente, a medida do diário nova-iorquino não é tendência no mercado de notícias. Na outra costa, o Los Angeles Times anunciou que vai ampliar sua editoria ambiental.
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